Neymar foi genial nos dribles, nos passes, em um domínio de bola de letra capaz de fazer o maior estádio da Europa prender a respiração. Sofreu pênaltis e bateu bem. Sofreu pênaltis que não foram marcados. Fez um, dois, três, quatro gols. E ainda deu a assistência do quinto, de Luis Suárez.
O brasileiro foi a alma de um Barcelona que voltou a mostrar-se frágil na defesa e pouco criativo no meio-campo.
Mas, desta vez, os erros ficaram em segundo plano. O 17 de outubro de 2015 ficará marcado como o dia em que Neymar foi o dono do Barcelona. No dia em que, mesmo sem ser Messi, ele fez um jogo no nível de um dos melhores jogadores da história.
Um jogo de Messi, mas com a assinatura de Neymar.
O encontro dos times que mais têm a posse da bola no futebol espanhol não teve nada de monótono, do tipo com longas trocas de passe ou ataques esperando pelo melhor momento para o passe final. Barcelona e Rayo Vallecano jogaram de peito aberto, em alta velocidade e se expondo aos ataques e contra-ataques rivais.
O ritmo alucinante e as defesas expostas proporcionaram boas oportunidades de gol logo nos minutos iniciais.
As primeiras foram do Barcelona: aos 6, Sergi Roberto encontrou Rakitic com campo aberto pela frente e ninguém entre ele e o goleiro Toño. Mas o arqueiro espanhol parou a conclusão do croata. Aos 9, outra grande intervenção, agora com os pés, em chute de Suárez.
Mas foi o Rayo quem abriu o placar. Aos 14 minutos, Ebi avançou pela direita e cruzou. Javi Guerra, livre no meio da área, finalizou para colocar o time de Madri em vantagem no placar.
O Barcelona precisava reagir rápido. E aí, apareceu Neymar.
Getty Images
O
brasileiro deu show de habilidade e virou o jogo praticamente sozinho,
com duas jogadas individuais. Aos 20 minutos, ele avançou pela esquerda e
foi derrubado por Llorente; pênalti, que o próprio camisa 11 cobrou e
marcou. Depois, aos 31, outra vez pela esquerda, Neymar meteu a bola
entre as pernas de Nacho e foi tocado pelo zagueiro. Outra penalidade,
outro gol.O primeiro tempo poderia ter acabado com uma vantagem maior para o Barcelona. Mas o time catalão perdeu várias oportunidades e ainda presenciou mais duas jogadas em que Neymar foi derrubado na área e o árbitro não marcou pênalti.
Em um desses lances em que a arbitragem não assinalou falta na área, Neymar fez o estádio prender a respiração: antes de arrancar e ser derrubado, ele dominou de letra um passe de 40 metros. O Camp Nou gritou o nome do brasileiro, reconhecendo seus 45 minutos mágicos na primeira etapa.
Na segunda etapa, o Rayo Vallecano voltou melhor. E Claudio Bravo precisou trabalhar muito. O chileno foi o responsável por pelo menos quatro intervenções salvadoras, duas delas no mesmo lance - era o porto seguro de uma defesa muito fraca.
Se Bravo salvava na defesa, Neymar decidia no ataque. Aos 24 minutos, ele aproveitou o rebote de Toño após chute de Suárez e marcou o terceiro dele - e do Barcelona - na partida.
E, um minuto depois, recebeu um presente do uruguaio para, com o gol vazio, marcar seu quarto gol no jogo; recorde do camisa 11 no Barcelona.
Depois do show de gols, Neymar também mostrou seu lado mais, digamos, solidário. Foi de um cruzamento do brasileiro que saiu o quinto gol, marcado por Luis Suárez. A retribuição ao companheiro pelo gol anterior.
O Rayo Vallecano, ao melhor estilo de seu treinador, Paco Jémez, não deixou de atacar em nenhum momento da partida. Foi premiado aos 40 minutos da etapa final, com o segundo gol, marcado por Jozabed, após novas falhas da defesa do Barcelona.
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