[+18] Julia Fox e a libidinosidade dos relacionamentos destrutivos

Vez ou outra, em maior ou menor grau, não há quem escape dessa dor deliciosa
Diz a psicanálise freudiana que duas classes de pulsões agem sobre a nossa vida psíquica: as sexuais e a de morte. Num ato autopreservativo, a destrutividade da demanda de morte é, frequentemente, expressa de forma erótica.

É o componente sádico do desejo sexual.

Não que essas pulsões não possam tomar vários caminhos diferentes na nossa psique, mas não deixo de lembrar dela quando meus olhos encontram toda a libidinosidade de um relacionamento destrutivo.
 
E foi o que pensei quando vi as fotografias da estilista da marca Franziska Fox, a Julia.
Dona de um instagram polêmico, mas visualmente muito, muito atrativo, ela acabou de lançar um livro no qual fala sobre três relacionamentos tóxicos que teve durante a vida – o seu primeiro namorado, aos 15 anos, que era procurado pela polícia por esfaquear o olho de uma pessoa; outro namorado, com quem trocava violência física; e uma melhor amiga, com quem mantinha uma relação de co-dependência.
Ela falou que o livro é sobre corações partidos, relações abusivas e suas dores e delícias. E é também autora de um dos melhores quotes que ouvi essa semana:
“Sofrer por um coração partido é um luxo, na minha opinião. Em muitos lugares do mundo, não há tempo pra isso. As pessoas estão ocupadas pensando em como conseguirão a próxima refeição. Não há tempo pra chorar as pintangas por uma pessoa. Então, quando vejo alguém sofrendo histericamente, minha vontade é de dizer ‘Cala a boca! Você tem tanta sorte!’.
Ninguém sabe o que é dor até ter o coração despedaçado – mas é tão bom. Caralho, é tão bom.”
Julia sofre de transtorno de personalidade borderline, mas não é tão diferente da maioria de nós. Ainda que tentemos cultivar relações saudáveis, inúmeros desejos difíceis de controlar, impulsividade e tesão, a necessidade de machucar e um péssimo julgamento resultaram, ao menos uma vez, em um soco no peito de cada um. Em maior ou menor grau, não há quem escape.

As fotografias dessa mulher transpiram dor e libido, e também um pouco da nossa psique.


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